terça-feira, 29 de novembro de 2011

Queen


(...)

Because I'm easy come, easy go
A little high, little low
Anyway the wind blows
Doesn't really matter to me, to me

Mama, just killed a man
Put a gun against his head
Pulled my trigger, now he's dead
Mama, life had just begun

(...)

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Déjà lu...

A Lema d'Origem não fez mais que um pequeno gesto para ajudar uma istituição que merece muito mais.

São obras déjà lu.

domingo, 27 de novembro de 2011

Esculturas


Escultor: Carlos Barreira;
Saber mais: Aqui

-Que materiais já trabalhou? – perguntou o Chico ao mestre escultor.
-Muitos! – respondeu-lhe ele secamente, como se não quisesse adiantar conversa.
O aprendiz de escultor, que não era aluno de ficar pela rama das coisas, sempre com uma fome de conhecimento cativante voltou a insistir:
- Diga-me mestre, diga-me quais?
O Mestre olhou-o fixamente e desbobinou:
- Granito, xisto, mármore, ferro, gesso, poliuretano…
A lista foi longa, tão longa que foi o próprio aprendiz a travá-lo.
- Qual deles gostou mais de esculpir?
- O granito – respondeu, quase sem pensar. - E porque já sei qual a pergunta seguinte sempre te digo que apesar de ser dura como cornos é uma rocha fiel, parte sempre pelos sítios que queremos talhar.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Revolução

As revoluções devem começar no interior de cada um de nós, ouvi dizer a alguém. Gosto dessa visão! Se cada um de nós fizer a sua própria revolução interior, se no seu interior conseguir encontrar o equilíbrio interno de que todos necessitamos para compreender este mundo de mudanças permanentes e paradoxais, se essa revolução for feita, o mundo melhorará inevitavelmente e será cada vez mais justo e perfeito.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Johnny Cash



Your own personal Jesus
Someone to hear your prayers
Someone who cares
Your own personal Jesus
Someone to hear your prayers
Someone who's there

(...)

Pedras graníticas

Saber mais.

Outros, pelo contrário, procuram o seu estado de aperfeiçoamento dentro de eles próprios. Dentro deles encontram as suas próprias respostas. Questionam-se, duvidam, armam, desarmam, burilam-nas, desbastam-nas, alimentam-as... e nesse trabalho constante, sempre incompleto, e de grande desgaste, acabam por encontrar o seu método de aperfeiçoamento. Encontram-se a eles próprios, chegam às suas próprias conclusões, opinam, traçam o seu próprio caminho, não deixam que os outros decidam por ele.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Déjà vu...

Há gente que nasce, vive e morre sem nunca perder um segundo da sua vida com as "grandes questões”, sem nunca se questionar com a razão da sua existência, sem nunca procurar a direcção certa do caminho que pretende e tem que percorrer. Vivem ao sabor do vento, numa azáfama que muitas vezes a vida lhe impõe e eles, inconscientemente, ou não, dependerá dos casos, deixam-se ir. Deixam-se arrastar pelas tempestades do seu dia-a-dia, pelas dificuldades da vida, pelo consumismo desmesurado, por vezes a pisar o próximo… sem nunca procurar o aperfeiçoamento nas suas vidas, nunca tentar desbastar a pedra bruta que todos somos.

sábado, 19 de novembro de 2011

Um dia de outono

O dia deu em chuvoso. De repente um vendaval levantou-se, sem que nada o esperasse, e levou tudo com ele. Levou tudo! Foi violento. Mesmo o raizame mais profundo abanou. Os galhos abanaram, as folhas soltaram-se, esvoaçaram, redemoinharam e acumularam-se a um canto, a semelhar páginas amolecidas e amarelecidas de um livro. Perante tamanha violência vergo-me, deixo-me levar pela força dos quatro ventos que me assolam. Pergunto-me por mim? Quero saber quem sou?
Olho para trás e vejo-me. Vejo-me cheio de tédio, um tédio granítico mas amigo. Uma lapa abrigada à sombra deste leixão constantemente fustigado pelas ondas de uma existência escusada.
Gostava de me poder sossegar sem ter sossego. Gostava de nada sentir, de poder caminhar cego, surdo e mudo.
Volto à prisão.

domingo, 13 de novembro de 2011

sábado, 12 de novembro de 2011

Fermento de Liberdade

Para não ser considerado lorpa aqui vai autopromoção:

Título: Fermento de Liberdade;
Autor: António Sá Gué;
Editora: Lema d'Origem;
Capa:Joana de Rosa;
Lançamento: Aqui
O que se diz:
Um livro que se lê com um triplo prazer. Porque cativante, prendendo o leitor da primeira à última página num ritmo e numa teia muito bem urdida. Porque nos prende pelas reflexões das suas personagens, que são afinal as nossas reflexões. E porque muito bem escrito. O autor, sem que com isso se perca o ritmo da narrativa, permite-nos deliciar e viajar pela riqueza vocabular e léxica da nossa língua. Tenho para mim que Torga ou Aquilino Ribeiro não desdenhariam assinar muitas destas páginas.
Espero que a leitura deste livro fermente, em todos os que o lerem, a vontade de “que nunca mais”.
Joel Cleto

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Lendas do Porto


Uma lenda carrega com ela sempre um peso ancestral. É algo que me remete para um tempo longínquo, é como se esgravatasse na génese das coisas, ou então, como se fosse ao útero da nossa existência, o que é um desafio medonho mas simultaneamente enriquecedor. Apetece-me dizer que é como se andasse a remexer nos nossos abismos e regressasse mais rico.
Ler lendas é sentir o peso do tempo, o que muito me agrada, como já se viu. Ler lendas de locais que conheço é um duplo prazer. Ler lendas que envolvem locais que me são comuns é obrigar-me a viajar neste espaço/tempo que é meu, é obrigar-me a interpretá-las e assim poder entrar no início da maravilhosa caminhada humana, de que falava lá atrás.
Ao ler as Lendas do Porto, do Joel Cleto, deve acrescentar o prazer de sobriedade estilística do autor e a desenvoltura da narrativa que consegue imprimir em todos momentos. Ler as Lendas do Porto é desafiar o leitor a procurar uma permanente contextualização dos vocábulos e das frases, ou seja, obrigá-lo a percorrer os diferentes sentidos que ambos podem assumir.

Ler JOEL CLETO é como aprender a escavar no tempo e na alma coletiva portuense. Ele, que vem da arqueologia, transporta esse conhecimento com mestria para as palavras. Pouco a pouco, pazada após pazada, são-nos revelados fragmentos de uma cultura, despojos soterrados (por vezes já prensadas) em camadas do nosso “inconsciente coletivo” e que ali estão, silenciosamente, à espera de se manifestarm.
É como se, em câmara escura, as fotografias de um determinado tempo e espaço, fossem sendo reveladas e, aos nossos olhos, sempre ávidos de luz, o negativo se fosse transformando em positivo.
À medida que se vai avançando nas páginas vão-nos sendo revelados segredos de um templo imaterial, sustentado em colunas que somos todos nós, que reconhecemos como fazendo parte da nossa “consciência coletiva”, mas que tantas vezes menosprezamos.

NÃO PERCA!

Título: Lendas do Porto;
Autor: Joel Cleto;
Editora: QUIDNOVI;
Apresentação: Aqui

O Porto e a sua História

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

As Minhas Memórias


O mar é e será sempre uma bela metáfora. Poderá sempre significar o inconsciente, desordenado e profundo, um lago de emoções que não dominamos mas que nos condiciona. Poderá sempre significar toda a nossa vida repleta de alegrias e tristeza, altos e baixos que vamos vivendo e, depois, à tona, rochedos, ínfimas recordações conscientes que aqui se consubstanciam em memórias de uma vida.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Kate Bush


(...)
Bad dreams in the night
You told me I was going to lose the fight
Leave behind my wuthering, wuthering
Wuthering Heights
(...)

terça-feira, 8 de novembro de 2011

O mito das nereidas

Créditos autorais da imagem:
Título: Áqua
Autor: SAGA
Chamavam-lhe o “sonhador”, o “inocente”, inocente com aquele significado de imbecil. Ele bem sabia isso mas nunca se importava, continuava a devanear por tudo e por nada e, em boa verdade, não era nada disso que sentia. Bem pelo contrário! Tempestades enormes levantavam-se-lhe do nada. Coriscos assolavam-no continuamente, roncos do diabo e ondas medonhas erguiam-se-lhe em todas as dimensões.
E foi com estes pensamentos na cabeça que, um dia, já depois dos trinta, se levantou com a bela Aurora e foi escutar as nereidas à Fonte dos Sonhos. Foi sozinho, não disse a ninguém, queria ouvi-las, queria ter a certeza que conseguia provar a si próprio a sua existência.
Ainda ia longe e já um cântico longínquo o encantava. Parou. Apurou o ouvido e teve a certeza que aquele poema só podia ser das filhas de Nereu, era demasiado belo para ser deste mundo. Era longínquo, mas profundamente humano. Voltou a parar. Agora, caminhava lentamente, em bico de pés. Quanto mais se aproximava mais tinha a certeza daquilo que ouvia. O jorro de água marulhava e, lá dentro, uma sinfonia wagneriana, tumultuosa, manifestava-se-lhe na sombra da sua anima.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Só a vida interessa (continuação)

Acabei por não almoçar… Perdi-me nas páginas de um livro. Deixei-me seduzir pelas palavras, pelas ideias, pela tempestade de um livro que folheei por acaso. Estava numa prateleira elevada, não naquelas que se posicionam à altura dos olhos, naquelas em que todos, compulsivamente, são levados a comprar. Não sei porque peguei nele. Nem foi a capa que me seduziu, também aqui fugi às regras do mercado, vá-se lá saber porquê? Há um novo paradigma emergente, creio. Acho que os conceitos do condicionamento humano estão a ser alteradas, as universidades, as cadeiras de “marketing” terão que ensinar novas teorias.

domingo, 6 de novembro de 2011

Só a vida interessa

- Aposto que esta crise, esta guerra de economia, que se vive, e que parece tão importante, daqui a quinhentos anos ninguém se lembrará dela. Haverá, quando muito, uma dezena de eruditos que a estudam, que farão conferências com ela, mas nada mais… Os líderes que a geraram, ou que não a souberam resolver, serão apenas um nome difícil de pronunciar.
Aposto que daqui a dois ou três mil anos esta crise já nem será estudada. Será apenas mais uma crise das muitas crises que a globalização, e da qual não há fuga, há de gerar. Os líderes que a geraram, ou que não a souberam resolver, serão apenas átomos de um qualquer composto orgânico.
Aposto que daqui a dez mil anos os líderes que a geraram, ou que não a souberam resolver, serão apenas átomos de um qualquer composto inorgânico.
Vou almoçar…

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Fausto

As Histórias que o Povo Tece – Contos do Marão

Não andarei muito longe da verdade se disser que atualmente há uma geração de escritores transmontanos, e é a última, que ainda vivenciou uma determinada ruralidade, uma determinada forma de ver e de estar no mundo. Se isto é verdade, este é o tempo oportuno para registar momentos, sentimentos e histórias como estas que a autora nos descreve de uma forma tão genuína e tão autêntica.
Esta é a geração que ainda ouviu estórias à luz da candeia, que se arrepiou com as travessuras dos trasgos, com os faunos que nasciam de trás das árvores, com os lobisomens que se transformavam em noites de lua cheia, com as “almas do outro mundo” que povoavam os caminhos pedregulhentos que se percorriam antes do sol nascer ou depois de o mesmo se pôr. Esta é a geração que escutou um certo linguarejar, que conhece a Força desse léxico que nos define, que conhece bem a Sabedoria que passava oralmente em redor de uma fogueira crepitante e aconchegante, e que está em vias de desaparecer.
Esta é a geração de escritores transmontanos que conhece a Beleza dessa cultura, que nos fez, que nos define, e que, por força dessas circunstâncias, tem a obrigação e até a responsabilidade de a fixar na escrita. Só assim as gerações vindouras poderão conhecer-nos, e conhecerem-se, só assim, quando esses traços idiossincráticos já não existirem, quando já todos formos europeus, quando só a cultura anglo-saxónica povoar o seu imaginário, ao menos saibam que estas foram as suas origens, e foram nelas que os seus avoengos se construíram e à qual se orgulharam de pertencer.

PARABÉNS À AUTORA!

Apresentação,
Local: Escola Secundária Camilo Castelo Branco (Vila Real)
Data: 4 de Novembro pelas 21H30
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