segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Fim "do nada e do ser"

Caros leitores,

Este blog tem quase 5 anos de existência. Era minha intenção terminá-lo com a capa de uma versão em papel, mas, por circunstâncias várias decidi terminá-lo antes de isso acontecer, se é que vai acontecer.
Ficará on-line.
Obrigado!

sábado, 14 de setembro de 2013

Sem sentidos



Ceguei.
Deixei de olhar os pássaros,
invejo a sua liberdade.
Deixei de olhar o universo,
tento, apenas, reflectir o infinito.

[...]

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Uma ponte

[...]

É uma bola de neve que se agiganta à medida que rola pelo declive de nós próprios. Talvez se possa dizer que é o encontro de dois mundos: o mundo do passado vencido e o mundo do presente descarnado. Entre eles existe uma ponte: uma maranha de palavras com um oceano de significados que embatem nos talha-mares. Uma ponte que se liga e desliga, que se constrói e se destrói sempre que se apaga e se reescreve tudo de novo.

[...]

terça-feira, 10 de setembro de 2013

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Zeca Afonso - A Formiga No Carreiro




[...]

A formiga no carreiro
andava à roda da vida
caiu em cima
de uma espinhela caída

furou furou à brava
numa cova que ali estava
e do cimo de uma delas

domingo, 8 de setembro de 2013

Laborum


[...]

E, entre conceitos e palavras, entre este mundo e o outro, entre o Céu e o Inferno, laborava ininterruptamente nesse laboratório de regresso temporal, continuava a encontrar eclipses lunares, reflexos psicológicos inconsistentes, continuava a criar linhas isobáricas e isostáticas de um mapa desconhecido, mas cada vez mais preciso. Construía frágeis represas de memórias susceptíveis de um dia se romperem e tudo alagarem mas, mesmo assim, não perdia um minuto. Continuava nessa busca de regresso aos fundamentos de si, continuava em busca da raiz do medo.

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Descanso



Às vezes quero julgar esse culpado e desterrá-lo para terras longínquas, condená-lo a prisão perpétua. Julgá-lo neste meu tribunal arbitrário, eu sei, ser juiz em causa própria, eu sei, mas mesmo assim queria julgá-lo, enquanto vive, porque depois não o fará. Depois, pairará na Terra do Nada, navegará ao sabor dos ventos, sem causa nem destino, errará pelos sítios nunca visitados e descansará à sombra de um tempo infinito. Descansará à sombra da tumba de um templário, de um vitral de uma igreja, de uma tela surreal, à sombra de uma árvore, só, erguida na paisagem ondulante e verde. Sei que será assim!
[...]

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Quando a realidade acaba e o sonho começa

[...]

Hoje,
ergui-me sozinho,
debrucei-me sobre a minha geografia,
boçal,
e a realidade feneceu.

Amanhã,
nas ressonâncias do ontem,
putrefactas,
bêbado pelas causticas inalações de ser
marcharei,
em compasso descompassado e,
talvez o sonho se erga.