sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Visão sem alternativa



Descia da montanha. Sentou-se na encosta íngreme e olhou o além-
-de-si sem esperança. Percorreu o vale, perscrutou a encosta fronteira e procurou o sentido do rio. Seguiu-o com o olhar. Sentiu-
-lhe a força do momento e deixou-se ir no silêncio das estações. Navegou em torno da história, andou às voltas na memória e esgotou-se para tocar as extremidades. Tentou voar mas a frialdade que o percorria impedia-o de ascender nas asas das correntes quentes. Desistiu! O vento glacial que agora soprava e as risadas das promessas nunca cumpridas nebulavam-lhe a mente. Tanta gente! Tanta luz suave.

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