quinta-feira, 2 de agosto de 2012

A culpa dos livros

Os livros são os grandes culpados das infelicidades que vão pelo mundo, pelo menos das minhas, assim o considero.
Despem-nos, tiram-nos a roupa e depois riem-se de nós. Riem-se da nossa figura frágil, das nossas vergonhas, a tal ponto que nos obrigam a tapar os olhos para não as vermos. São uns pretensiosos, julgam-nos, iludem-nos, concluem, pintam-nos o mundo com cores que não existem, fazem-nos crer que aquelas são as reais e depois, apesar de não terem boca nem cordas vocais para articular um único som, apregoam-nas aos sete ventos como se fossem donos do silêncio.
Os livros são despudorados e imorais, constroem-nos e desconstroem-nos vezes sem conta e conduzem-nos a folguedos que nem passam pela alma do Diabo. Alguma vez se viu!, eles, que nem alma têm, matarem verdades que levaram séculos para se construírem.
Abaixo os livros!
São uns vilões, fazem-nos crer em deuses e descrer nos homens.

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