domingo, 26 de agosto de 2012

O monstro

No silêncio de mim acordei o monstro. Acordei o monstro da consciência, a lucidez que incomoda, a loucura sã que me arrasta para a incompreensão de tudo, o caminho arredio dos mistérios do nada.
Agora, não me concebo de outra forma. Os dias sucedem-se-me na indiferença dos pensamentos, na mudez das memórias, na consciência inconsciente do sonho.
Gostava de o deixar, deixar de sentir o mundo e os outros como os sinto, gostava de me libertar desta faúlha que incendeia as horas monótonas da minha floresta.
Não o sei fazer. Caminho atento a tudo, repleto de medo. Vou-me refrescando nos meandros de pequenos riachos que ora secam, ora se avolumam neste cacifo que tudo guarda: emoções e memórias, dias e noites, onde se acumulam desordenadamente mágoas e alegrias do tudo e do nada.
Caminho...

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