segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Sabe-me bem

Serei sempre difícil de entender. Apesar do dia cinzento que se adivinha, hoje, sinto-me bem comigo. Estou num dia em que não vejo abismos, nuvens negras, contradições nem frustrações. Hoje, sabe-me bem pairar em mim, perder-me no tempo. Embrenhar-me nos livros escritos e deixar voar as horas, aconchegar-me no seu regaço, apoiar-me nas suas ideias. Sabe-me bem reler, trecho a trecho, tudo quanto tenho escrito.
Hoje, apetece-me fugir. Não para África, ou Egipto, que não conheço e que desejo conhecer. Hoje apetece-me fugir, refugiar-me na Caverna, permitir que as sombras da aparência da minha alegoria deambulem livremente e libertas de preconceitos, deixar entrar a luz, ascender à verdade.

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