segunda-feira, 11 de junho de 2012

Inquietudes


Que quer de mim esta anima que me humedece e me torna frágil, estéril, incompreensível? Que inquietação é esta que me torna irrequieto, inconstante, me leva a erguer-me constantemente e a sentar-me de imediato na cadeira onde deixo as palavras fluírem aleatoriamente? Que vida é esta que me desilude, que me leva a fé, o sono, que me arranha e me conduz permanentemente a uma existência moribunda, inútil?
Que inquietude é esta que me afoga e me sufoca?
Que deusa pagã é esta que me retira o brilho dos olhos? Que Fauno é este que não me deixa colher flores nos bosques, me transporta sempre para florestas assombradas e me obriga a caminhar em contemplações estéreis? Que deus malévolo é este que me leva a alhear-me de tudo e me torna reles, bruto e insensível? Que primeva cadeia é esta que me ata e não me deixa contemplar as cores da vida que todos dizem existir?
Que besta é esta repleta de mosquedo que, na tentativa de se livrar delas, se espoja em mim e acorda estas inquietudes permanentemente?
Porque faço perguntas e não recebo respostas?

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