Estou sozinho em mim. Cientificamente falando, estou em volteios intersticiais cerebrais. Geologicamente falando, estou num terramoto com epicentro no pensamento. As ondas de choque curvam-se e vejo nascer em mim montes e vales, alegrias e tristezas, que se prolongam desde o passado até ao futuro.
Pobre conhecimento este que não consegue descrever arrepios e buscas interiores sem fazer uso das sinuosidades geológicas, sem recorrer à estafada metáfora da manta de retalhos que sou e me torna incompreensível. Pobre conhecimento este que não encontra palavras poéticas capazes de explicar estas fugas de mim, estas abstrações espontâneas que me alteram o humor, que me fazem entrar noite dentro sem sono e me conduzem a sonhos sem cor, a mundos sem rios nem mares.
Sem comentários:
Enviar um comentário