Apesar do dia lindo nenhuma dessa beleza se reflete em mim. De tudo o que está lá fora nada me interessa. Prefiro, de longe, continuar a tecer mortalhas negras de mim, prefiro continuar a envolver-me nas exéquias de um enterro há muito anunciado. Há neste lado negro de mim uma atração visceral pelo abismo, reconheço-a do ponto de vista antropológico, sei de onde vem, mas desconheço a minha.
Estou em queda livre e gosto de estar, há nela, nessa atração, uma linearidade tão bela, tão transparente, que não consigo esquivar-
-me. Sinto-a simples, sem avessos, sem faces nem perspectivas mas há algo externo que me impede de alcançar essa verdade que me é próxima e paradoxalmente distante. Que mistérios são estes que me limitam? Que sombras são estas que me possuem,que me levam à inação, que me mantêm abatido, sonolento, a fazer contas, a errar entre a vida e a morte?
domingo, 11 de março de 2012
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