Outrora os meus domínios literários estendiam-se por montes e vales. Neles via refletido o Sol, voava acima deles, deixava-me enlevar pelo verde intenso, pelo arvoredo, pelas fontes e ribeiros.
Hoje, confesso, que os meus domínios são mais estreitos, não vão além de quatro paredes, mas paradoxalemente mais largos. Hoje, seduzem-me os raciocínios ilógicos e enganosos que consigo ver através da mente. Cada vez mais sinto necessidade de me afastar do real, de viver a minha vida interior intensamente e encontrar nela inspiração para continuar.
Os perigos aumentam, sei bem que sim, há pedregulhos que caiem do céu, portas que se arrombam, descubro sombras que me perseguem diariamente, princípios que se desmoronam, mas é por aí que vou. Não quero mais classificar o mundo, o mundo é o que é, prefiro passear-me no meu caótico e desordenado subconsciente, enterrar-me na lama do inconsciente, sujeitar-me a tempestades existênciais, tropeçar, cair, levantar-me...
Prefiro viver neste meu bairro de lata que construo e desconstruo continuamente;
Prefiro o exílio do sentir à liberdade do ver;
Prefiro o silêncio de mim aos diálogos silenciosos.
domingo, 22 de abril de 2012
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