Desde que despertei para o abismo de existir cada vez se me torna mais escura a noite, cada vez me é mais difícil existir nas máscaras do quotidiano e muito mais concebê-las. Não choro nem rio, sobrevivo no pavor da liberdade concebida nas amarras da consciência. Apavoro-me perante a nudez do mundo que todos os dias se me revela desta forma tão assertiva e tão ponderada. Não estou irritado, longe disso, estou horrorizado pela lucidez das ideias que, hoje, me sobem à mente através destes canais labirínticos, belos e horríveis, que os deuses amavelmente nos concederam.
Nada mais preciso, ou melhor, nada mais precisamos, além de pensar. Só no pensamento nos descobrimos verdadeiramente, só com ele navegamos de fora para dentro e de dentro para fora. Só ele nos dá a verdadeira consciência de nós e, calorosamente, nos arranca, sem dó nem piedade, nacos viscerais da alma ensanguentados pelo nada.
Declaro-me recoletor de ideias. Nada mais preciso do que ir beber nas fontes das ideias e matar a fome no simbolismo das palavras.
domingo, 29 de julho de 2012
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