Andei léguas e léguas no pensamento à procura de salvação desta alma sempre perturbada. Caminhei na lama, estilhacei a vidraça de mim mesmo e afoito combati os “moínhos de vento” que sempre me perturbaram, dessa forma fui criando o mundo à minha imagem e semelhança. Desfiz preconceitos, questionei dogmas, interpretei a genealogia dos ideais, do bem e do mal, menti-me e, já na orla de mim, vi nascer a aurora. Seguia! Na luz translúcida dessa manhã vi nascer a esperança há muito tempo perdida. Renovei a fé em mim mesmo, subi ao cimo do monte e peregrinei mais fundo, entrei nos vales do nada, nas sombras da inexistência, crente que para lá do escuridão a luz renovar-se-ia.
De nada me valeu! De tanto pensar estilhacei a luz. Continuo a suportar o peso do nada. Hoje tudo está ainda mais triste, continuo a querer tudo, mesmo aquilo que não posso ter, provavelmente ainda não atingi o limiar, a fronteira do verdadeiro conhecimento ainda está longe.
Continuo...
+ POESIA [Colectivo Penêdo] #23
Há 1 semana
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