Em mim não há coerência, nem certezas. Vivo na região das incógnitas, no lugar do desassossego, na rua do devaneio. Não sei quem sou porque passo a vida a fugir de mim! Não há espelho capaz de me refletir. Este não sou eu, eu sou o outro, aquele que não existe, aquele que ninguém vê e que ninguém deseja conhecer. Eu sou o passado inexistente, a brisa matinal que se alimenta dos sentires do coração, o louco que ouve vozes distantes, que inspira saudades e expira ausências, que bebe diariamente nas fontes das emoções. Eu sou o desejo inflamado, a vontade de libertação, o incapaz de ser, a prisão de mim, a insciência da razão.
Não sei quem sou, não passo de intermitências de luz e sombra, o plano inclinado da verdade, o movimento oscilatório entre sono e sonho.
Não sei o que sinto. Oscilo entre o bem e mal, o amor e o ódio, o ódio que sinto por mim, não pelos outros.
Eu sou o paradigma da ilusão.
quinta-feira, 17 de maio de 2012
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário