O homem não anda bem. Não é necessário ser médico para lhe reconhecer a doença, está estampada na face. Durante a semana senta-se em frente à televisão à procura dos canais desportivos. Durante os fins-de-semana vê-se pelas ruas salivando abundantemente, perdido, à procura de televisões que transmitem jogos. Quem o quiser encontrar é ir aos centros comerciais e procurá-lo em frente às montras de electrodomésticos. Encontrá-lo-á encostado à parede fronteira, de rádio encostado ao ouvido, a escutar os relatos, à medida que as imagens da bola se vão multiplicando nas televisões de última tecnologia.