domingo, 17 de abril de 2011

A terra dos sonhos



Ouvi hoje pela primeira vez este som.
Não é deste mundo, é do mundo dos deuses. Talvez seja o verdadeiro som dos silêncios, da poesia sem palavra. É o som da nossa ancestralidade, o som que canta a delicadeza da rosa, que penetra no nosso poço fundo e escuro e, sem sabermos porquê e ainda bem, transporta-nos para terras distantes, verdejantes, envoltas numa neblina mística, uma terra de fadas e castelos, de unicórnios e cavalos alados, uma terra onde a razão dura, e a dura razão, dos dias que hoje vivemos não fazem sentido.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

84, Charing Cross Road


Avaliar o talento é só para alguns, não para mim. O sentido estético é relativo, os valores são subjectivas, as sensibilidades diferentes… Por tudo isso sinto-me incapaz de julgar as aptidões dos outros. E, pelas mesmas razões considero-me inábil para dar conselhos, é-me penoso fazer a apologia desta ou daquela obra, deste ou daquele ponto de vista.
Posto este preâmbulo, e sempre com as devidas ressalvas, atrevo-
-me a dizer que a obra 84 Charing Cross Road, a ser publicado brevemente em português, com a chancela da Lema d´Origem, é o mais belo romance de amor pelos livros que alguma vez li. Não é um livro com discursos psicológicos a apelar à leitura, não é um livro de especialistas a analisar o esteticismo do autor à luz das verdades estilísticas estudados, nem tão pouco um precioso discurso de um exegeta a esquadrinhar o pensamento do artista. Não há ciência nesta obra, há simplesmente sentimentos.
O 84 Charing Cross Road são cartas, cartas simples entre uma escritora americana e um livreiro Inglês que nunca se viram, que amam profundamente os livros e, contido nesse amor casto que ambos nutrem por esse objecto parece querer germinar um outro também misteriosamente platónico.

Sons do Tempo - 6

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Derrubar muros



Vi construir muros e vi derrubá-los. Vi paredes a serem erguidas, pedra sobre pedra, e vi blocos, simbolicamente,a serem destruídos.
Alguns slogans mudaram, os murais também, mas os muros continuam a suportá-los. O conceito permanece intacto.
The show must go one