quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Talvez! Fonte de inspiração

O que há em mim são encruzilhadas. Em mim só vejo indefinições de vésperas do passado e de antecipações do futuro. O que há em mim é um tédio indefinido e incompreensível. Isto nada explica, sei disso. Não me explica, eu sei. Explicará se disser que são vestígios de um tempo que não existiu.Talvez! Explicará se disser que todos os dias me perco em sonhos. Talvez! Explicará se admitir que sou um cego dissociado do real. Talvez! Explicará se concluir que não sei quem sou. Talvez! Que mergulho nas emoções e que me ficciono diariamente. Talvez!

domingo, 25 de novembro de 2012

Lou Reed



(...)

Little Joe never once gave it away
Everybody had to pay and pay
A hussle here and a hussle there
New York City's the place where they said, Hey babe
Take a walk on the wild side
I said, Hey Joe
Take a walk on the wild side

(...)

sábado, 24 de novembro de 2012

As palavras




As palavras são agridoces, consomem-nos, são um sossego desassossegante.
As palavras servem-se em pratos de silêncio. Perseguem-se. Perseguem-se nas sombras dos mundos, nos labirintos de nós, nas pedras da memória, no escuro da inconsciência... e calam-
-se. Calam-se na vontade de falar, na compreensão das incompreensões, no epitélio dos sentires... mas escrevem-se. Escrevem-se para rasgar tristezas e dores, reprimir injustiças e atingir utopias.
As palavras justificam-se apenas para dizer tudo do nada e contrair a narrativa.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Consciência



A consciência do mistério das coisas chega a ofender e horrorizar. Esta ignorância de mim, a minha ignorância e a dos outros leva-me em viagens de pálidas sombras de ser. Apavora-me esta cadeia que liberta e oprime simultaneamente. Peregrino nela longas horas, movimento o tempo, fito-me e fito o olhar dos outros, ando a monte em busca de portas e encontro sempre arquétipos sagrados herdados, esperanças desarrumadas, sombras minhas e dos outros, sombras das sombras, sempre o mesmo sem-fim de razões que mal sei se existem.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Edelweiss



Hoje, o fluxo da mente vem-me da efemeridade dos sons, dos violinos, dos violoncelos... Vem-me das imagens de verde pacífico, da orografia dos montes onde nasce o arco-íris. Clarões de lua mandam-me lembranças de contos esquecidos, de sóis distantes, de sonhos vagabundos aveludados pela luz das montanhas.
Hoje, e sempre, o refluxo da mente vem-me da profundidade das ideias, do oceano de horas interrogativas, do vento frio que nasce nos píncaros da consciência, percorre as dobras do sentir e eleva o mundo a um estado catatónico, insano, repleto de mistérios.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Réplicas



Realidade ou sonho? Dúvida ou certeza? Não interessa! Não vão além de meras aproximações do talvez! Talvez é tudo quando se sonham visões e utopias e se querem vivê-las como verdades. Talvez tudo seja acordar com as ondas de um vulcão e adormecer nas réplicas do torpor do sentir. Talvez nada seja a inconsciência de ser e viver na analgesia da existência exterior. Talvez nada seja o infinito da noite. Talvez tudo seja desconhecer as dimensões da alma humana e querer mensurá-la.
Talvez nada seja ter certezas do nada.
Talvez tudo seja sentir aproximar o sono e não querer dormir.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Águas de um rio



As águas deste rio vazio engrossam com trovoadas da ilusão e metáforas. Volta a encher-se de tédios, enganos e verdades incompreensíveis. Enche-se de interstícios abismais que se adernam alternadamente num tempo que não existe. Que temores, que mal-
-estar é este, que é nada, mas que sufoca e a psicologia não teoriza? Quem se importa? Quem sabe?

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Quebrar os ontens



Hoje não quero olhar para trás, quero deixar as falsas ilusões e, amanhã, quero limpar as lágrimas secas que me encharcaram ontem.
Hoje, sem razão aparente, vejo uma luz no deserto de amanhã. Amanhã quero ser eu a fazer as regras, a quebrar os ontens que todos os dias são misteriosamente hoje. Quero virar a página, iniciar um novo ontem, mesmo na véspera de manhã. Amanhã quero partir, quero partir para longe de mim, não quero conhecer a realidade palpável de ontem nem entrar nas brumas reais do hoje.
Amanhã não quero pensar no ontem de hoje, nem no ontem de amanhã.