sábado, 12 de março de 2011

É carnaval ninguém leva a mal

Os folguedos saturninos continuam.
Este ano as máscaras de renda foram postas de lado. Ninguém se esconde, todos se conhecem. Não vale a pena disfarçar os trejeitos nem adelgaçar a voz.
O enterro, em folias desmedidas, sobe a rua empedrada. De onde em onde, nos ajuntouros, param, riem, pregam-se partidas uns aos outros, lançam-se farinha, esguicham água, enfurretam quem passa. O padre sacrílego, na frente do cortejo, vai revelando as fraquezas e os pecados ocultos durante todo o ano. Na praça voltam a parar, fingem um parto difícil, a criança finalmente nasce, ninguém é poupado. As folias continuam na Rua de Trás. A inversão das coisas atinge o clímax. O morto, num estertor de morte, levanta-se e grita…

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