sábado, 17 de setembro de 2011

A Ilha dos Amores

Mil árvores estão ao céu subindo,
Com pomos odoríferos e belos;
A laranja tem um fruito lindo
A cor que tinha Dafne nos cabelos.
Encosta-se no chão que está caindo,
A cidreira com pesos amarelos;
Os fermosos limões ali, cheirando,
Estão virgíneas tetas imitando.


A ilusão faz-nos bem, aproxima-nos da felicidade, mas só aos poetas devia ser revelado o poder do “faz de conta”. Ninguém, mesmo ninguém, deveria possuir o dom de fazer da realidade ilusão e da ilusão realidade. Efectivamente, talvez abrisse mais algumas excepções, às crianças, aos cientistas… e a mais ninguém, mas nunca aos políticos! Deviam viver permanentemente agarrados às grilhetas da realidade, deviam ser obrigados a jurar fidelidade à prudência e nunca lhes devia ser revelada a estultícia da esperança irrealizável.

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