domingo, 28 de agosto de 2011

Banquete dos sentidos

Sirvo o aperitivo e aprecio as formas femininas das fragas. Depois, depois banqueteio-me com o verde servido em diferentes tons e em diferentes formas. Ora são pontos verdes, ora são linhas, ora uma massa informe que sobe e desce indefinidamente. Devoro com sofreguidão néctares que me chegam aos sentidos. Não resisto aos paladares e, sem talheres, sem etiquetas sociais, tudo devoro apressadamente. Depois, empanturrado, corro, corro… corro vertiginosamente monte abaixo e percorro as rugas da gigantesca manta de retalhos que se inicia aos meus pés. Passo acima do alinhado casario que se avista lá ao fundo. Aceno aos transeuntes que olham abismados. Atravesso ribeiros, aprecio a velha ponte de arco romano, toco as copas dos predizentes carvalhos, atravesso lameiros e depois desato a subir. Subo, subo, subo… E a pergunta impõe-se. Aonde nos leva o céu?

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