Abro os olhos, acordo, deambulo pelo pensamento e, de repente, retenho a sensação que ainda estou vivo. Nem quero acreditar, aspiro fundo, retenho o ar e, incrédulo, abano a cabeça. Na fútil promessa do dia que se avizinha, consigo descobrir ondas de inspiração, abandono-me nelas e, durante longos minutos, deixo o meu dono que me segue constantemente como uma sombra. Entro na porta onde nunca tinha ousado entrar por razões que nem conhecia. Talvez, devido às insónias constantes, ao medo da vertigem, ao medo da condenação... sei lá!, tudo é enredo, tudo são razões de um sonho, e eu amo os sonhos.
Nos sonhos há razões que a razão desconhece, nos sonhos descobrimos a utópica liberdade, esbarramos com verdades que sempre estiveram à nossa frente mas cegos pela coitada da realidade, pobre em arte, não as vemos.
Os sonhos são a panaceia para a existência.
Continuo a sonhar.