domingo, 7 de março de 2010
Ribeiros...
Se eu fosse ribeiro primeiro aprenderia a escutar-me, depois, depois não hesitaria em rasgar montes, a abrir vales, esculpir as mais duras pedras existentes. Não queria ser ribeiro de águas mansas, queria ser torrente de água clara, chegar sem demora ao mar, andar depressa, ir para além do horizonte. Se eu fosse ribeiro não queria navegar em águas paradas, lamacentas, que nada criam, nada produzem, que se limiam a estar, a simplesmente existir, que tudo entopem, incapazes de abrir sulcos nas mais moles consciências. As águas estagnadas não justificam a sua existência.
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