segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Gosto...

Gosto de pensar que nos caminhos vivem as almas de quem os calcorreou milhentas vezes, e olhar para a marcas da erosão como sendo as marcas dessas mesmas almas. Gosto de pensar que a pedra quadrada da parede de uma pequena igreja adquiriu o sentir do pedreiro que a talhou. Gosto de ler livros que falam dos caminhos e das pedras que percorro, e que bem conheço. Gosto de pensar que os locais e as coisas adquirem o espírito do tempo. Gosto de olhar para elas e tentar captar essa mesma essência que acredito encerrarem, mas que, em boa verdade, não passam de meras paredes erguidas a quem o tempo geológico não perdoará.

2 comentários:

Wanda Wenceslau disse...

Olá Sá Gué.
Lindo texto! Tenho essa mesma impressão ao visitar lugares ou mesmo quando caminho pelas ruas do meu bairro.
Saber que em cima de um pedaço de chão foi construída uma edificação há umas centenas de anos atrás. Mesmo que um dia não reste nem uma pedra dessa arquitetura,as vibrações emitidas pelas pessoas que ali viveram parte de suas vidas, continuarão chuviscando sobre o pedaço de terra.Devem existir partículas eternas no ar envolvendo o sitio, tipo, o pó do tijolo da construção onde uma pessoa colocou a mão , ou a terra onde o um pé pisou.
Adorei!
Abraço!
Wanda

António Sá Gué disse...

Obrigado!
Um xi-coração. :-)