segunda-feira, 29 de julho de 2013

Passeio

“Passeio dos sorrisos”, indicava a placa. Seguiu-a. Nada tinha a perder. Emitiu uma gargalhada sem graça e sentiu-se um bobo, um jogral de guizos pendurados nos artelhos. Esboçou um esgar de compreensão, levemente risonho, e sentiu-se cizânia que sobrevive na fenda da fraga. Riu-se com desprezo e sentiu a utopia da justiça. Riu-se da incompreensão e sentiu-se judeu a arder na fogueira. Esboçou um sorriso leve e o crivo social estampou-se-lhe na mente. “Fica para outra vez”, pensou.

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