quinta-feira, 27 de junho de 2013

A noite do outro dia

– Truz, truz...
Foi ver quem batia. Riu-se quando a viu. Nem queria acreditar: a noite do outro dia. Mais um reflexo do Tempo que lhe espreitava à mente. Mais uma triste figura que deambula pelos abismos insondáveis da escuridão, à procura de fragmentos da idade de ontem.
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quarta-feira, 26 de junho de 2013

A Minha Rua


A minha rua não existe,
é só minha.

Na minha rua não há avenidas,
apenas esquinas
que a maranha das palavras tenta desvendar.

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segunda-feira, 24 de junho de 2013

A Rua da Coerência

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Perdido nos pensares, perguntou pela Rua da Coerência e disseram-
-lhe que não estava aberta a doentes. Quis vê-la. Aproximou-se e, de facto, não se via ninguém fora dos passeios, ninguém atravessava fora das passadeiras para peões, nenhum carro desalinhado. O formigueiro continuava meticulosamente quadrado na ordem inorgânica estabelecida pelos mercados, pelo medo anárquico da Quinta Invisível.
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sábado, 22 de junho de 2013

O Goelas de Pau

– Menoriza a palavra e engrandece o Silêncio – segredou-lhe o Goelas de Pau, filósofo louco, incoerente, pedinte, que, também ele, percorria a cidade em busca do Nada – ninguém te compreenderá, nem os dicionários te salvarão, eles são apenas a superfície do icebergue, o pó das emoções indizíveis.
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quarta-feira, 19 de junho de 2013

Niilismos

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Nenhum porto de abrigo, nenhuma brisa marítima... Apenas memórias, apenas imaterialidades materiais, inutilidades, niilismos nietzscheianos. Apenas ecos, meros boatos que dão corpo a um vento seco que percorre as dunas, moldando-as em formas semelhantes, amaciando-as no atavismo da segurança e tornando difícil percepcionar a diferença entre elas.
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domingo, 16 de junho de 2013

Já é tarde

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Já é tarde.
As sombras esguias apontam
O oriente da memória
E o relógio parou.

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quarta-feira, 5 de junho de 2013