O banho semanal era no “Balneário Público” que ficava no outro quarteirão. Aos domingos de manhã, antes da missa, metia toalha ao ombro, chinelos de dedo, e ala, que se faz tarde, e é preciso tirar as cotras da semana. A Dona Hermínia, a vigilante, gorda pela inacção, lá estava, embutida dentro do cubículo onde mal cabia, a espiar quem entrava, enquanto tricotava mais uma camisola para um neto, que já lhe perdeu a conta, sempre prestável, sempre pronta a ajudar. Era como se fosse um cliente habitual, já o conhecia; precisa de alguma coisa senhor José?, inquiria sempre. Não, não preciso. Respondia, já prestes a enfiar-se numa das cabines.