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Às vezes, quando subo à torre de menagem dos meus pensamentos, sinto vertigens. Lá do alto das ameias olho e descortino apenas o fosso profundo que os cerca. Estou só. Arrepio-me! Viro a cara, anulo-me, reprimo-me, mas uma força desconhecida impele-me a olhar. Vejo-me suspenso no ar, de olhos esbugalhados, à procura de verdades que se dissolvem no escuro, mesmo debaixo dos meus pés. Agarro-me a elas com todas as minhas forças mas quebram-se, caem como castelo de um baralho de cartas. Desnudo-me, à procura de mim, à procura dos “conceitos absolutos” que sempre dei como certo e não os encontro. Estão ausentes. Descubro apenas que nada valho. Não passo de uma mera massa corporal disforme.
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