sábado, 15 de setembro de 2012

A trincheira de mim

Apaga a luz. Deixa vir a noite mais cedo. Aqui, na trincheira, o tempo não me descobre. Aqui não há princípio nem fim, nem céu nem inferno, apenas sonhos. Sonhos infinitos que o sol desfaz.
Apaga a luz. A noite pertence-nos. Aqui sinto-me protegido de mim e do mundo. Deixa-me sossegar sobre o teu peito, aqui sei que me encontro, sei que um dia verei a razão de querer.
Apaga a luz. Aqui não oiço passos no soalho, nem ventos enigmáticos nas copas das árvores. Aqui não há ecos da infância, apenas tormentas que me comovem.
Apaga a luz...

4 comentários:

Lady Pucci disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Lady Pucci disse...

Estas palavras ocultam algo de sublime. A sua leitura foi uma caricia para a alma e deixou-me profundamente comovida.
Textos como este merecem ser publicados, um dia, num livro que muito bem poderia intitular-se «A trincheira de mim» Um abraço amigo

António Sá Gué disse...

Talvez um dia, quando decidir acabar com este meu arrazoado nefasto talvez os publique.
Obrigado pelas palavras amigas.

António Sá Gué disse...
Este comentário foi removido pelo autor.