terça-feira, 16 de dezembro de 2008

A entrar na fábrica...

Antemanhã. A geada esbranquiçava as agras plainas do vale. No céu pardacento surgiam os primeiros raios solares, e as neblinas, rasteiras, que pareciam nascer da terra, tornavam-se menos cerradas, evolavam-se à medida que o dia dealbava. O fumo branco, espargido pela álgida brisa marítima, libertado pelas chaminés das casas que se aninhavam aqui e ali ao longo do vale, esgazeava ainda mais a paisagem. Na rua, calcetada de operários, reboava o bater dos butes no empedrado, como se um batalhão marchasse em direcção ao inimigo. Um rumorejar, adicionou-se ao barulhar ritmado da marcha. Não se percebeu muito bem, mas pareceu ser; “ninguém arreda pé”, e, surgiu no preciso instante em que no topo da rua, se desenharam à contra luz, cortando-a transversalmente, uma andaina de silhuetas de soldados de cavalaria.

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