sábado, 6 de dezembro de 2008

Quando a morte espreita...

Agora que pressentia a morte, sentia desprezar a vida. Que significado tem a vida se não a vivemos, que significa viver quando a vida não passa de uma obscura e misteriosa floresta que se atravessa sem nunca se entender. Que interessa a vida quando esta não passa de vereda sinuosa pejada de assaltantes, infestada de misérias. Ah! Que insana monstruosidade me percorre a pele, me arrepia e alegra simultaneamente. Não! Já não resisto. Que ouça quem quiser ouvir. Que veja quem quiser ver. Que sinta quem quiser sentir.
Já saboreio o paladar da ambrósia.
Já vejo a barca. Já nada me lembra, já me afogo no Letes. Como a morte condensa a vida.

Sem comentários: