sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Arrumo-me!

Arrumo-me. Arrumo o meu ser na desordem de estar, de existir na irrealidade fora de mim. Vou arrumar-me no deserto incompreensível que sou, de existir apenas na realidade do sonho, de pertencer apenas a esta verdade barulhenta interna que me desperta todas as manhãs.
Vou por ação nesta ilusão. Definitivamente! Vou sentar-me, vou acalentar-me nos fins de tarde, perder-me nos ocasos, nos aranzéis de mim mesmo e esperar que os meus desertos se transformem em ruas apinhadas de gente, que os mares adquiram aromas a terra húmida, que os edifícios se pintem de azul profundo, os girassóis deixem de olhar o sol e as sombras desertem

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