sexta-feira, 1 de junho de 2012

Sentir as coisas

Ver é nada. Tactear é coisa nenhuma. O prazer que tiro das coisas é senti-las. Senti-las muito para além da incompleta visão, ou do mutilado olfacto... Sentir é a “outra vida” dos sentidos. É visionar a inconsciência da existência, é pensar a beleza sem tempo nem espaço, é dispensar a visão e perder-se na essência da criação.
Sentir as coisas é ir até ao crepúsculo da inexistência, desterrar os deuses e abeirar-se do abismo dos primevos tempos.
Sentir é gozar horas tranquilas na busca do nosso suco sentimental e na procura da insciência existêncial de Nós.
Sentir é morder o lábio inferior enquanto nos olhamos fixamente ao espelho, em esgares de intranquilidade, em busca de nós. É guardar ne memória os gestos e as mãos daqueles que amamos incondionalmente.
Sentir é sentir a chama da vida a queimar inutilmente, deixar a maré do pensamento fluir pelo éter do nada, é sentir-se possuído pela orgia dos sentidos e adormecer de cansaço.

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