sábado, 24 de março de 2012

Voltei!

Voltei ao remanso dos meus dias. Voltei a apascentar os meus pensamentos por mundos triplíces, voltei para enfrentar os medos do Manco, para aguardar a calma inquietente deste meu tempo que não é meu. Espero! Não sei até quando, mas espero como um pedinte, pela maciez dos dias solarengos, que raramente me visitam.
Conscientemente cônscio é este “eu” que espera, o outro, vai-se. Aquele que é um reflexo de mim, aquele que é uma imagem desbotada daquilo que não sou, marca indelével de forças intemporais que não domino, ferrete granítico incompreensível, terrívelmente incompreensível, em breve migrará sem destino, para além-dos-montes, irá para a terra do nada.
Não quero esmolas, lágrimas, nem compreensão, quero simplesmente ir. Deixem-me ir! Deixem-me ir para a terra do vento e da lua. Quero abracá-los, tocá-los, sentir a imponderabilidade enigmática da ausência.
Pagarei a Caronte. Juro que pagarei a Caronte, preparo já a moeda que colocarei sobre a língua.

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