
Hoje, como sempre, acordei cedo. Ao abrir a janela recebo a notícia da presença de uma luz baça que esbranquiçava os montes do Suzão. Fito-a durante breves momentos e depressa se esvanece. Depressa entendo que o Sol não tardará a brilhar e que a temperatura se recomendará. Erradamente, elevo o olhar à procura de lhe captar esse sentir metafísico, de encontrar nela, na luz, a explicação desta temperatura interna, dir-se-ia morna, que tomou conta de mim. Procurei fora de mim essa comunhão existêncil com o mundo e não a encontrei, obviamente não a encontrei porque ela existe dentro e não fora de mim.
Fecho a janela e regresso. Navego calmamente, avanço por um mar de sentimentos e encontro-a em uma antecâmara inexistente da minha existência. Encontro-a no silêncio da minha timidez, neste caminhar sozinho a roçar a incompetência social, encontro-a nestas palavras simples onde me exponho e tento compreender-me.
Sem comentários:
Enviar um comentário