quarta-feira, 30 de maio de 2012

Às avessas

Sou o avesso do mundo. Ele todos os dias se revela eu sonho com a revelação. Nele há sabedoria em mim ignorância, nele há certezas eu só tenho dúvidas... Ele nada exige, transforma-se, cria, adapta-se, eu desejo o impossível, dele brotam fontes de mim insatisfação insatisfeita. Nele os dias sucedem às noites, em mim sucedem-se as incoerências metafísicas incompreensíveis.
Ele tem forma, eu sou uma estrada poeirenta e informe de memórias;
Ele faz sentido, eu não;
Ele é mensurável, eu insubsistente;
Ele não tem medo da Noite, eu tenho;
Ele tem História, eu sou o esquecimento;
Ele não sente, eu sinto;
Ele amanhã existe, eu sou um epitáfio da inexistência;
Ele nasceu, eu caí na morte.

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