segunda-feira, 7 de maio de 2012

Descida ao meu inferno

Convivo mal comigo, não com os outros. Este conhecimento infinitamentamente pequeno que se encerra e mim, fecha-me nesta prisão de descrença no que vejo e sinto. Corre-me nas veias, é-me impossível fugir a estas catacumbas desta minha frieza também humana. Esta amargura de mendigo leva-me de sentir em sentir, de sonho em sonho, de pensamento em pensamento, à procura de um abrigo, em busca de manhãs vestidas de memórias de outras vidas que abstratamente vivo.
Já nem falo. Há tédio nas palavras que digo e oiço. Abrem-me janelas para a terrível porta dos sonhos, para o tenebroso mundo das fadas do lar, para o ardente mundo cor-de-rosa cheio de vulgaridades misteriosas que não entendo.
Encerro-me! Tranco-me neste universo de sóis apagados por forças iníquas que existem em mim, não nos outros. Fujo! Fujo de mim e dos outros pelo silêncio da acústica dos sons que me abrem fenestras para clarões de inocência ignota.
Enquanto espero pelo sol esquivo-me para o mundo ardente das emoções.

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