terça-feira, 8 de maio de 2012

Ermo sou eu

Ermo é o mundo. Em mim há cansaço. Cansaço deste sono acordado, desta realidade desértica que me rodeia, desta vontade de ser eu. Em mim há cansaço de mim mesmo, desta busca de sonetos inexistentes, deste enredo kafkiano em mim instalado que não pedi a ninguém. Em mim há reconstruções falhadas, mecanismos químicos imperfeitos, recordações devolvidas em forma de ignorância que me entontecem pela sua transparência.
Ermo sou eu. No mundo há razões inconcebíveis, dúvidas que são certezas, névoas que são sombras. No mundo há noites feitas de luz, processos inquisitórios, conclusões cruelmente simplistas, flores sem cor, alegrias magoadas... no mundo há substâncias deste caminho divergente que teimo em perseguir.
No mundo há destino!?
Não!
Há de ser como eu quiser.

Sem comentários: