quinta-feira, 17 de maio de 2012

Movimentos pendulares

Em mim não há coerência, nem certezas. Vivo na região das incógnitas, no lugar do desassossego, na rua do devaneio. Não sei quem sou porque passo a vida a fugir de mim! Não há espelho capaz de me refletir. Este não sou eu, eu sou o outro, aquele que não existe, aquele que ninguém vê e que ninguém deseja conhecer. Eu sou o passado inexistente, a brisa matinal que se alimenta dos sentires do coração, o louco que ouve vozes distantes, que inspira saudades e expira ausências, que bebe diariamente nas fontes das emoções. Eu sou o desejo inflamado, a vontade de libertação, o incapaz de ser, a prisão de mim, a insciência da razão.
Não sei quem sou, não passo de intermitências de luz e sombra, o plano inclinado da verdade, o movimento oscilatório entre sono e sonho.
Não sei o que sinto. Oscilo entre o bem e mal, o amor e o ódio, o ódio que sinto por mim, não pelos outros.
Eu sou o paradigma da ilusão.

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