quarta-feira, 2 de maio de 2012

Se...

A dor da minha existência, hoje, arde em lume brando. Perco-me num estado memorialístico intermédio, dir-se-ia a dois tempos. Navego pela geografia dos sentires há muito quebrados e na geometria poética dos sentimentos vagueantes. Medito, mais uma vez, no passado e no futuro e deixo-me envolver pelas inexistentes preposições dos “ses”. Choro a ilusão dos “ses”! Se pudesse começar de novo jamais entraria no desassossego vadio do pensamento. Se pudesse começar de novo viveria na epiderme e não no cérebro.
A chuva caíria branda, não haveria trovoadas, o sol douraria as existências, a simplicidade das sensações louvariam amores e desamores, abraçariam a frescura dos dias e não as suas deambulações paradoxais. Tudo faria sentido, só existiria um mundo e um tempo, os dias sucederiam às noites, a primavera antecederia o verão, nada soaria a falso, tudo seria real, palpável.

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