domingo, 19 de outubro de 2008

A Serra do Pilar

Chegaram os dias curtos, pardacentos e frios na coroa da Serra do Pilar. Nesses dias, até o convento, sempre aprumado, de bivaque rubicundo de quatro águas, enterrado na cabeça até às orelhas, num ar nitidamente paisano, parecia ficar mais triste. As feridas contusas das suas paredes, galardões de outras guerras fratrícidas, pareciam ficar mais visíveis. Nas traseiras, o zimbório redondo da Igreja, de atalaia sobre a parada, fazia lembrar o solidéu carmim do arcipreste Bento. A ponte bipé, mesmo defronte, descarnada e escanchada sobre o rio, reificava aquilo que amava verdadeiramente, e que ficava na outra banda.

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